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Falando sobre gestão – Geração de valor: o que é isso?

 

Hoje apresentamos o primeiro texto da série: “Falando sobre gestão” que tem por propósito apresentar temas sobre gestão do interesse dos profissionais, de forma objetiva, com uma linguagem direta e com contribuições efetivas para as organizações.

A cada dez dias responderemos uma das perguntas. Hoje responderemos a primeira pergunta (de um total de sete) sobre o que é Geração de valor, as quais foram apresentadas na mensagem de abertura. Hoje responderemos a pergunta: A empresa deve gerar valor para quem?

Muitos gestores consideram que a organização deve gerar valor para seus acionistas e pronto! Isso é uma verdade parcial, pois, certamente os acionistas querem e merecem receber uma remuneração pelos capitais que eles investem na organização; retorno esse proporcional ao risco associado à atividade e ramo de negócio da empresa, mas não é só isso.

Para que a empresa tenha continuidade ela precisa atender a todos os que por ela são interessados, que são comumente chamados pela palavra de origem inglesa stakeholder. São os clientes, fornecedores, funcionários, governos, a comunidade que circunda e convive com a empresa, ou seja, são aqueles que têm envolvimento direto com ela. Cada um deles, de uma forma específica realiza trocas com a organização e, dentro desse processo espera que a empresa atenda as suas necessidades.

Os clientes esperam receber produtos e serviços com qualidade e preços justos e em contrapartida oferecem sua preferência (em alguns casos sua lealdade) e pagamentos, os fornecedores desejam ter preferencia nos processos de compra e para tanto oferecem produtos ou serviços com qualidade adequada e com preços competitivos, os funcionários esperam receber um ambiente adequado de trabalho, perspectivas, com remuneração justa e em contrapartida oferecem sua lealdade e disposição, os governos esperam receber impostos e tributos, e oferecem a estrutura institucional e a infraestrutura para que as operações da empresa possam ser realizadas, a comunidade espera receber tratamento adequado e respeitoso pelo meio ambiente, convívio saudável compartilhando vidas e prosperidade.

Quando a empresa não faz isso ela pode até ficar impossibilitada de continuar suas atividades, mesmo que não seja por uma intervenção governamental. É isso mesmo. A empresa que não cuida de seus colaboradores não consegue contratá-los, e quando o faz não os retém. O mesmo com clientes, fornecedores, comunidade. Até o governo atua de forma incisiva na cobrança dos impostos. Por fim, qual é o cliente hoje que quer comprar de uma empresa que não respeita os que com ela contam?

Só como um exemplo, os acidentes recentes em Minas Gerais evidenciam o quão danoso pode ser quando uma empresa deixa de zelar pelos que por ela são interessados. Dessa forma, é muito importante que a organização gere valor.

Mas você pode perguntar, mas como então saber se as organizações geram ou não valor? Uma das formas é conhecendo as formas pelas quais o valor pode ser medido. No quarto texto sobre esse tema falaremos exclusivamente das formas de medir a geração de valor, mas hoje, como um aperitivo, vamos dar uma palhinha: A DVA (Demonstração de Valor Adicionado), desenvolvida pelo Prof. Dr. Ariovaldo dos Santos, também da FIPECAFI, é uma das formas de conhecer quanto e para quem os recursos da empresa são direcionados. Por meio dela é possível identificar claramente quanto do montante total de recursos movimentados pela empresa vão para seus funcionários, comunidade, governo, fornecedores, etc.

Por isso, não tenha dúvida, avalie o quanto sua organização gera de valor e para quem. Conclua você mesmo se as partes envolvidas estão sendo satisfeitas, e com isso você estará a frente do leme que assegurará a continuidade de sua empresa. Sucesso!!!

Daqui a quinze dias responderemos a seguinte questão: “O conceito de geração de valor deve ser o mesmo para uma empresa de grande porte (capital aberto) e outra de pequeno ou médio porte?” Aguardamos você lá.

 

 

Autor

Paschoal Tadeu Russo

*Consultor de empresas e professor do Programa de Mestrado Profissional em Controladoria e Finanças da FIPECAFI.