O terceiro quarto de 2019 , mostrou-se melhor que o esperado , com os primeiros sinais de melhora da economia , dada a maior geração de empregos pelo CAGED(out/19) com 70.852 vagas (13 mil a mais que outubro 2018) e produção industrial (+0,30% em setembro/19 contra -2,40%em set/18 ) .
O mercado percebe também maior expectativa de crescimento do PIB para 2019, sintetizado no boletim FOCUS abaixo (de 0,85% aa para 0,92%) . Assim consolida-se uma projeção de crescimento perto de 1,0% para o PIB , em um ano que quase chegamos a 0,75% de estimativa . Para 2020 as expectativas também mostram evolução com 2.0%aa .

A finalização da reforma da previdência em outubro , a baixa inflação (3.29%aa,2019) , e a expectativa de novas reformas como a tributária e a administrativa , aliadas as prometidas privatizações , podem trazer uma corrente de entradas de capital estrangeiro alimentando o otimismo . Assim , o desempenho ate o momento da Bovespa superando os 108.000 pontos e os juros abaixo de 4,90% aa , já são consequências das medidas tomadas e das expectativas futuras.
Algum tipo de correção nesta trajetória de otimismo , principalmente nos mercados financeiros(câmbio ), quanto no mercado de capitais, porém , pode acontecer , dado que nenhuma expectativa é 100% precificada a valor presente.
Solavancos externos são uma ameaça constante , e este novembro trouxe vários de volatilidade : convulsão social no Chile (não há como não lembrar do nosso junho de 2013) , eleições na Argentina e Bolívia (está última de certo ponto melhor para o mercado) , soltura de Lula , e para não ficarmos somente no plano político , a decepção com o leilão do pré sal . Ainda falando do setor externo , a trade wars sino-americana ainda continuará como uma ameaça sobre o crescimento mundial .
As bases reformistas internas estão lançadas para 2020 , trazendo uma fase de crescimento positiva que se concretizará , após anos de recessão extrema , cabe somente a prudência de trabalhar melhor expectativas , como no leilão do pré sal , de forma a evitar correções maiores que venham a diminuir a confiança do investidor externo ou doméstico e minimizem novas fontes externas de ruído .
Autor

Professor do Curso CEFIN (Contabilidade, Controladoria e Finanças)